Poeta, Escritor e Artista Plástico. Foi na pintura de arte, na poesia e
na escrita que Zeca Cruz, assim era tratado entre os amigos, se
evidenciou e dignificou a terra onde nasceu. Foi sócio correspondente da
sociedade nacional de belas artes, aluno do Colégio Moderno, em Lisboa,
onde se iniciou em desenho e pintura e frequentou o 2º ano da Faculdade
de Direito de Lisboa. Iniciou a actividade artística em Angola, vindo a
enveredar pela reprodução, na tela, de motivos do Algarve típico.
Desenvolveu notória actividade pictórica numa relação com o turismo,
visando focalizar as traças urbanísticas, na sua genuinidade, como
parâmetro de preservação e resistência a excessos duma arquitectura de
concepção moderna. É mencionado no livro "Artes Plásticas de Portugal - O
artista seu Mercado", que insere o seu currículo e reproduz um dos seus
mais apreciados trabalhos, de óleo sobre tela, cujo motivo é o Arco da
Barreta, primeiro prémio da Mocidade Portuguesa nas comemorações
henriquinas (1960). Fez acompanhar este seu trabalho de um ensaio sobre a
Vida do Infante D. Henrique, cujo livro dedicou aos pais. Foi sócio da
Associação dos Antigos Alunos do Colégio Moderno (Lisboa), Elos de
Olhão, Sociedade da Independência de Portugal, Real Associação do
Algarve e da União de Cultura Espiritualista de Olhão. Apresentou os
seus trabalhos em várias exposições individuais e participou noutras de
sinal colectivo, tendo-lhe sido atribuídos um Diploma de Honra numa
exposição individual na Casa do Algarve em Almada, com o apoio da
edilidade almadense (1989) e uma Menção Honrosa numa colectiva
organizada pela Galeria Nova Era, em Faro (1991). Concluía, quando a
morte o surpreendeu, um livro de poesia, abrindo este com um poema
intitulado Ditosa Pátria Nossa Amada, que teve a oportunidade de ler ao
Duque de Bragança, na Quinta de S. Vicente, em Monchique, por ocasião de
um almoço ocorrido em 25 de Abril de 1994, visando o convívio de
elementos activos da Real Associação do Algarve. Como que em despedida,
concebeu uma mensagem poética de que transcreve, por mais apelativa, a
parte final: "Olhão, minha terra / Que vives no meu coração / Que sinto o
teu vibrar, / Tão profundamente nele se encerra... / Dá-me a tua bênção
/ O teu aroma de mar / Tua eterna Primavera...
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